quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Minha mãe me deu uma bronca.

Ola,

Minha mãe me deu uma bronca.

Ela disse que não existe isso de “tentar” fazer algo. Ou se faz, ou não faz...

Nos conversavamos sobre aleatoriedades do meu dia que não foram no seu curso bem... e o assuntou logo tratou de mudar seu rumo... mas eu a ouvi... mais uma vez, eu ouvi o que aquela velha “gordinha”  e cheia de problemas tinha pra me falar...

Eu já havia ajeitado a compressa quente no seu tornozelo, passado creme para “amaciar “ a carne de onde o pé dela havia quebrado, e estendido sobre ela o cobertor, nossa rotina noturna de já alguns anos. Luzes apagadas e assunto conversado eu disse “boa noite mãe, e eu vou tentar...”

“não existe isso de “tentar”, ou se faz algo ou não se faz” foram suas palavras, saltando do espaço então escuro do quarto para meu coração confuso.

“mas  eu vou tentar, mãe... “

 “NÃO existe isso de tentar menina” e com minha resposta negativa ele perguntou se eu já havia lido o significando da palavra TENTAR no dicionário.

Que dom pra me confundir, que habilidade de me confrontar.

Não li, nunca que eu me recorde eu li tal verbete, mas esse fato nunca me isentou de compreender seu significado.  

Certa vez, no pouco tempo de convivência que eu tive com meu pai, que já devia ser separado de mamãe talvez a uns 14 ou 15 anos, ele me pediu para que tocasse contra baixo numa certa apresentação musical pra um azilo que ele queria promover, e me perguntou “ você pode tocar o contra-baixo, vanessa?” – mas é claro que eu sei tocar contrabaixo,pensei comigo,  e já toquei para publico aberto, já toquei com orquestra, apenas não conhecç as musicas, nada que alguns ensaios não resolvessem, então mas do que prontamente eu respondi “podemos tentar, pai.”

“não existe isso de “tentar”, Vanessa, ou você toca ou vc não toca”

-mas pai, eu vou tent... “NÃO existe isso de tentar menina, ou você faz ou não faz”

E assim, as duas grandes autoridades de minha vida, pai e mãe, na sua simplicidade, me ensinaram o teor de tal palavra.

Não, eu não vou sair por ai tropeçando por tentar A ou B, mas hoje, depois de ser confrontada novamente com a mesma questão, me detive um pouco na meditação que trouxe um pouco de luz a minha mente.  Dizer “tentar” me condiciona à um possível acerto, mas também a possibilidade do erro. Agente não tenta nascer, não tenta casar, não tenta andar. Agente nasce, casa e se locomove ou não. Dizer tentar abre uma possibilidade para o fracasso, não que ele não possa ocorrer mais dia ou menos dia, mas dizer que “vou tentar algo” me coloca em uma situação negativa de pensamento onde meu inconsciente já fica tomado pela possibilidade do fracasso, e talvez, bem La no fundo já se conforme com o que eh negativo.

A bíblia ensina que nossas palavras devem ser sim sim, não não, sendo que o que passar disso é procedecia do maligno.Ah, sabias palavras...


Comentei com o mamãe sobre esse dialogo com meu pai, e ela disse, talvez com uma pitadinha de sarcasmo que ele, meu pai,  ate que não era um homem tão burro assim...

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